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A lição que vem da Tchecoslováquia

A história de três goim que amaram Israel da forma como até mesmo muitos judeus nunca amaram e a possibilidade de o Brasil repetir o feito.


Quadro “Judeus cheirando rapé em Praga”, de Friedberg-Mírohorský, 1885.


A Tchecoslováquia tem uma história curta, mas num determinado aspecto, no apoio a Israel e ao seu povo, a história é maravilhosa. Resultante de um dos fragmentos do antigo Império Austro-Húngaro, a Tchecoslováquia foi criada em 1918, através do tratado de Saint-Germain-en-Laye, com o objetivo de abrigar sob uma mesma bandeira dois povos de línguas similares, os checos e os eslovacos. O sonho durou menos de um século, pois em janeiro de 93 os povos voltaram a ficar divididos.


Entretanto, nos seus curtos 74 anos de vida, a Tchecoslováquia legou ao mundo três grandes homens, Tomáš Garrigue Masaryk, Jan Garrigue Masaryk e Václav Havel.


Tomáš Masaryk foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Tchecoslováquia. Era conhecido por sua simpatia ao movimento sionista sendo que 18 anos antes de se tornar presidente já havia se envolvido no combate ao antissemitismo, quando saiu em defesa de um judeu checo chamado Leopold Hilsner, injustamente acusado de assassinato.


Hilsner, um judeu com reduzida capacidade de compreensão, foi acusado da morte de Anežka Hrůzová, uma jovem católica de 19 anos. Hilsner não tinha capacidade intelectual para argumentar em sua defesa, e como a morte de Hrůzová aconteceu exatamente no dia da Páscoa Judaica de 1899, ele foi acusado de ter assassinado a jovem de forma ritualística. Tomáš Masaryk, então professor da Universidade Karl, em Praga, foi um dos poucos a sair em sua defesa. Dezenove anos depois, e diante das fracas provas, Hilsner foi libertado através de um indulto do imperador Karl I, o último imperador da Áustria.




Quase três décadas depois do caso Hilsner, Tomáš Masaryk era o presidente da jovem Tchecoslováquia. E foi nesta condição que em 1927 visitou a Cidade Velha de Jerusalém, acompanhado do rabino Yosef Chaim Sonnenfeld (imagem acima), aproveitando da visita para reafirmar seus laços de amizade e apoio ao povo judeu, que a esta altura ainda não tinha a nação restaurada.




Em 1947, Jan Masaryk (acima), filho de Tomáš Masaryk e ministro das Relações Exteriores da Tchecoslováquia, levaria seu país a votar a favor da resolução de partição da ONU, recomendando o estabelecimento de um Estado judeu na história Terra de Israel, fato que se confirma logo depois.


Em 18 de maio de 1948, quatro dias após a declaração de independência de Israel, a Tchecoslováquia foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel e em 3 de julho de 1948 os dois Estados assinaram formalmente um acordo diplomático mútuo.


Mas, o apoio da Tchecoslováquia ao recém restaurado Estado de Israel não ficou apenas no campo diplomático. Por ocasião da Guerra da Independência, não foram os EUA ou qualquer um dos atuais aliados que saíram em socorro de Israel, mas sim a Tchecoslováquia.


David Ben Gurion, primeiro primeiro-ministro israelense, falou sobre a importância da ajuda dos tchecos: “Eles salvaram nosso país, eu não tenho dúvidas disso. As armas tchecas foram a ajuda mais importante que recebemos. Eles nos salvaram, e eu duvido muito que teríamos sobrevivido ao primeiro mês sem a ajuda deles”, disse líder da independência israelense.


E não foi só David Ben Gurion quem reconheceu isso, Yitzhak Rabin, um dos comandantes das Forças de Defesa de Israel na Guerra da Independência, e posterior primeiro-ministro, também afirmou que “sem as armas da Tchecoslováquia dificilmente teríamos sido capazes de conduzir a guerra”.


Anos depois, Václav Havel será outro tcheco a ter profundas ligações com o Estado de Israel. Após a queda do comunismo na Europa Oriental, Havel foi eleito presidente da Tchecoslováquia em 29 de dezembro de 1989. Três dias depois, no seu primeiro pronunciamento à nação, no Discurso Oficial de Ano Novo, ele disse que “ficaria feliz se as relações diplomáticas com Israel fossem restabelecidas”, fato que aconteceu no mês seguinte, em fevereiro de 1990. Dois meses depois, Václav Havel foi o primeiro chefe dos países pós-comunistas a visitar Israel.




Em 1997, Václav Havel torna a visitar a Terra Santa, sendo recebido com todas as honras em Jerusalém pelo então Presidente Ezer Weizman (imagem acima).


O presidente Tomáš Garrigue Masaryk, seu filho e diplomata nos EUA Jan Garrigue Masaryk e o intelectual Václav Havel foram três grandes sionistas, três grandes amigos de Israel, e todos os três não eram judeus, eram goim.


Algumas décadas depois, o presidente Jair Messias Bolsonaro indica seu filho, Eduardo Nates Bolsonaro, para um cargo diplomático nos EUA, para trabalhar juntamente com o intelectual Ernesto Henrique Fraga Araújo. Três grandes sionistas, três grandes amigos de Israel, e todos os três não são judeus, são goim.



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